terça-feira, 10 de julho de 2012

Horas e horas de espera.........

Sentada em frente a tela, meus dedos deslizam e a mente vôa pra lugar algum e ao mesmo tempo anda por entre tantas dadas, anos, pessoas, rostos presos no passado. A solidão toca meu coração e meus olhos enchen-se de lágrimas, pequenas gotas que rolam pelo rosto em silêncio, quietas.
Olho pela janela nada vejo apenas um muro que divide o pátio meu e o do vizinho, janelas fechadas está frio e chuvoso o dia triste e escuro e eu me integro ao dia. Entre adormecida pela vida e entorpecida pelas histórias que vagam em minha mente.
Ao longe a sineta de uma escola ressoa indicando o término  de alguma aula ouço a algazarra dos alunos e me invade uma saudade de ser aluno. Adolecentes gritões, barulhentos, inquietos, sabichões, engraçados. Ouço a bagunça ao longe e volto ao passado onde também adolescente observava os outros da minha indade. Creio não ter sido tão bagunceira, apenas observava de longe de perto e ás vezes até no meio deles. Mas meu mundo era silêncioso eu não conseguia ser igual. Me afastava querendo ficar, viver aquele momento mesmo que fosse apenas pra poder lembrar hoje. Eu vivi um dia igual a outros adolecentes.
Lembro dos corredores da escola até o meio era verde depois até o teto branco e o teto era branco, o chão eram pequenas pedrinhas marrons e brancas. E os corredores eram enormes perto da sala do jardim de infância haviam classes empilhadas e para ir e vir era obrigatório passar por elas. Eram pilhas de classes velhas e cadeiras esquecidas. Ali sem uso descartadas podia-se ver pequenas bolas de papéis dentro delas ainda e muito, muito chicles; Imaginei como era antes de chegarem ali velhas, quebradas, pedidas no tempo. Para onde elas iriam me perguntava.
Ás vezes abria os pápeis ali esquecidos e lia eram colas de matemática, bilhetinho escrito para alguém mas inacabados, rascunhos igualmente descartados.
Um dia a professora me pediu para levar o livro de chamada até a secretária eu disse: _ Não sei aonde é professora. Ao que ela me respondeu que era então um bom momento para descobrir. Apavorei, engoli em seco, abracei o caderno os olhos estavam esbugalhados de tão abertos. Ela abriu a porta e eu sai do lado direito a pilha de classes velhas. Atraz de mim a porta se fechara e no fim das classes velhas o corredor me esperava. Eu tinha que andar lá fora chovia não havia muita luz no corredor, apesar das janela estarem sem cortina dava para ver a chuva e o tempo zinza lá fora e aqui dentro  apenas sombras. Que se moviam a medida quem eu andava, alguém tocou meu ombro sai logo correndo e gritando até que cheguei ao final do corredor, e ouvi então um riso gostoso vindo de tráz de mim. Olhei para traz e vi um colega andando em minha direção com um lindo sorriso nos lábio seu nome era Rogério, ele nunca havia me parecido tão lindo. Tinha cabelos pretos a tez era clara e o sorriso com um sol que iluminou por alguns segundos o pequeno corredor e suas classes, e derrepente percebi que ria muito e de mim, fiquei sem graça, mas apaixonada. Fiquei com muiiiiita vergonha então ele disse que não me preocupasse pois ele me levaria até a secretaria e depois de ir ao banheito voltaria comigo pelo corredor das classes e cadeitas que tanto me apavoravam. Sim ele havia visto a cara de pavor que eu fiz, mas por quê ele viera atraz de mim?  Suspirei e sorri. Naquele dia o corredor teve seu final cheio de um lindo começo e eu sorri feliz. Me sinto de novo naquele corredor asuustada com medo mas hoje não a menina que anda pelo corredor sou uma das classes abandonadas velhas e esquecidas no corredor. E não há muito a se fazer quando já não temos um corredor a nossa frente e onde estamos é onde devemos ficar e não há como mudar isso. Basta apenas chorar, por hora amanhã será outro dia e tavez haja sol no meu corredor.
De vez em quando vejo pessoas que passam por mim e seguem suas vidas enquanto eu fico aqui em frente a tela de meus olhos grossas lágrimas correm e deslizam em meu pescoço nem tento pará-las não quero.
Na rua chuva para ouço os carros ao longe e gritos vindo de fora. Estou cançada e o sol hoje apareceu só um pouquinho e depois se foi. Um pássaro cantou apenas uma ou duas notas e se foi. A televisão fala, fala e nem sei o que ela fala não estou com ela. Agora o barulho de um avião a vida continua e eu no mesmo corredor empilhada. Hoje eu entendo o meu medo do corredor. Pra onde foram as cadeiras e classes velhas? Pra onde vamos nós que já estamos velhos e sem um corredor que nos leve á outros corredores que nos deixe viver ou ver a vida?
Todos estes corredores estão ligados em minha mente mas em meu corredor as cadeira e classes caíram e pra sair dali eu preciso empilha-los todos para conseguir ver uma saída mas estou muito cançada hoje então vou apenas puxar uma cadeira e sentar. E esperar que amanhã ou mais tarde eu tenha vontade de andar.

Corredores

Nos corredores da vida
Sempre existe alguém
A espera de alguém
A espera de uma esperança perdida

Nos corredores da vida
Sempre existe o medo
A espera do que espera
A espera do passante

Nos corredores da vida
Existem apenas amantes
Com juras de amor incostantes
Com murmúrios e sussurros disssonantes

Nos corredores da vida
Esperamos a morte
Abandonados á sorte
Esquecidos da sorte

Nos corredores da vida
Onde está esta vida?
Onde está esta morte?
Qual delas por acaso será por nós considerada sorte?





Beijos até um próximo corredor ....................................

3 comentários:

Bárbara disse...

Neusa que posso falar eu dos corredores da vida que o meu passa ainda pela metade...
Sinto inveja pois os corredores que já percorreste eu não sei se vou andar por eles...
Meu corredor é incerto o teu já vai longo te deixa saudade o meu nem isso...
Meu corredor me deixa nostalgica nem tento olhar para trás talvéz só apenas talvéz quando o meu corredor estiver do tamanho do teu que é hoje ele me faça sentir saudade...
Não tenho tempo nem energia para olhar para tráz nem o quero fazer meu corredor é escuro e nada saudoso...
Não tive um Rogério para corar não tive nem tempo para isso.
Cresci rápido e continua o tempo a passar rápido demais para tudo e para nada...
Tenho uma vida cheia de nada.
No momento vivo a vida de um outro alguém que me é querido amado.
Minha vida gira em volta dele da realização dele de tudo que não tive tempo de viver.
Estupido realmente não é?
essa é a minha vida e nem tempo tenho de me arrepender e nem quero e nem posso.
Longe vai o meu corredor é como um relógio que nem sei quando vai parar.
Tenho medo muito medo desse relógio.
Vou terminar ou acabo por fazer um comentário maior que o teu post...
Beijos Neusa e não chores triste amiga...
Chora apenas o que precisas para te sentir livre solta ...
Chora apenas o necessário pela saudade doque tiveste ou do que querias ter tido.
Mas não gastes tuas lágrimas preciosas.
Nós pertencemos á terra tudo tem um fim mas enquanto o fim não chega tenta ser feliz com as duas notas do passáro que pousou na tua janela porque tens audição com o sorriso das crianças com indas e vindas dos aviões que voam lá longe no céu...
Porque afinal a gente viveu isso...
Pensa em mim e no tanto que te gosto.
Pensa que ainda tens capacidade de sonhar porque faz tempo que eu não durmo e sonho...
Fá-lo por mim amiga Neusa...
Sonha sonha e sonha mesmo com os lindos dias em que sol passa pouco em tua janela eu gostava de ter uma janela assim...
A minha janela é dourada mas como eu digo muitas vezes é um dourado de tolo...
Tolinho eu sei...
Beijos vou terminar...
Depois eu volto tu sabes que sim eu volto sempre...

Neusa Matos disse...

Querida Bárbara viste que demorei a responder este teu comentário porquê vi o quanto somos parecidas. Sempre vivi assim, não quem sou na verdade ou o que seria se me conhecesse um tanto assim. Pois resolvi a minha vida a viver para os outros. E na verdade não me arrependo de algumas coisas mas só de tres coisinhas, uma ter vivido a sombra de quem amo pois ele hoje me trata como uma sombra, e sombras não vivem dependem de ser vivente que é ele. De não ter tido tanta pena de alguém que amo e tentando ajudar atrapalhei sua vida aceitano ela como era e hoje as duas pagam preços altos por isso. A outra é a de ter sido mais corajosa e ter tentado mais, ousado mais, talvez até me arrependido mais, mas ter feito algo diferente, mas a vida não é perfeita e nos mais imperfeitos ainda descobri que brinquei de ser Deus tentando concertar as coisas e fiz tudo ficar pior. Mas também vou confessar que tenho momentos de alegria ou penso que ela seja assim, mas todas as minhas alegrias vem dos ouTros não de mim. Mas daqui a pouco o dia vai raiar e eu vou tentar mudar um pouco me conhecer quem sabe um dia até gostar de mim como gosto dos outros. Beijos linda amiga desculpa se lhe pareço triste demais acredite que não vivo pela casa cantarolando, rindo e brincando mas na soma de tudo, respiro fundo e digo ainda tem jogo beijãozão pro C.

Bárbara disse...

Neusa para mim sempre é essa a ideia o jogo rola e segue e na minha equação não tenho tempo para falhar ou perder.Eu vivo em função de alguem que não pediu para vir ao mundo mas que é mais amado que o tesouro mais valioso dos reis.
Não mais viver em função dos outros ou para os outros longe vai o tempo que isso passou pela minha cabeça.
Os outros não te levantam quando tu caís .
Os outros não pagam tuas contas ou te dão de comer quando teu corpo tem fome quando tua alma está doente eles não te consolam eles não aquetam as tuas noites de insónia eles não seguram tua mão e te dizem que amanhã o sol vai brilhar.
Talvéz os meus outros tenham rostos diferentes dos teus e tu possas dizer que vale a pena.
Querida Neusa cedo aprendi que sou eu para o mundo e não a favor ou contra ele mas apenas nele.
Beijos...
Gosto muito de ti e minha admiração cresce a cada tempo que passo contigo e como egoista que o mundo e os outros me tornaram e mulher de pouca confiança em algo eu te peço para que me tenhas em tuas orações .
Beijos do fundo do meu coração.